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Região do Turvo, de onde saem  muitos passeios para o Lago de Furnas e cânions

Capitólio: setor náutico se adapta às novas medidas

Reportagem: Keuly Vianney
Fotos: Aluísio de Souza
n.noticiar@gmail.com

31/07/2022

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O setor náutico foi o mais impactado pelo acidente de janeiro em Capitólio e tenta se adaptar à nova realidade de restrições e medidas de segurança no Lago de Furnas. Muitos empresários, pilotos de lancha e agentes de turismo que trabalham na região ainda vivem as consequências da redução de turistas após a tragédia, agravada pela crise econômica e a baixa temporada do outono-inverno. Some-se a isso as restrições que já haviam sido impostas pela pandemia.


Para o piloto de lancha Humberto Moreira de Souza Filho, carioca que conheceu Capitólio em 2016, se apaixonou pela região e resolveu ficar na cidade, a situação continua complicada. No vídeo abaixo, o piloto fala sobre a redução no número de passeios nos últimos meses.

Humberto explica que os pilotos vivem um momento contrário ao de 2017, quando Capitólio "bombou" e ele viu crescer o número de lanchas no Lago de Furnas para visitas aos cânions. “É uma cena muito triste ver o píer vazio", diz, lembrando que teve de procurar outros trabalhos até que a situação se normalize e a cidade atraia mais turistas.


Um empresário do setor náutico em Capitólio, que preferiu não se identificar, afirma que ainda contabiliza os prejuízos gerados pelo acidente. "Houve cancelamento de passeios até 2023 e tivemos que devolver dinheiro, com um prejuízo que chega a R$ 100 mil. A área mais afetada foi a parte náutica, sem dúvida. Os cânions são o coração da região e impulsionam o turismo daqui", conta.

Nas primeiras semanas de janeiro, ele lembra, os passeios de barco foram reduzidos em mais de 90%, sem contar os dias em que a região dos cânions, onde aconteceu o acidente, esteve totalmente interditada. No início de junho, cinco meses após a tragédia, o empresário ainda operava com apenas 1/3 da sua capacidade.

"Para nós, o impacto foi muito grande. Reduzimos em 60% a equipe náutica e sobrevivemos devido a reserva financeira e empréstimo. Acredito que vamos sofrer até setembro, quando esperamos uma recuperação gradual dos turistas como era antes. O acidente teve impacto maior do que a pandemia, pois somente Capitólio sofreu com a fatalidade", diz.

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Lago de Furnas possibilita muitas atrações náuticas, principalmente nos cânions / Foto: Divulgação

Sem depender apenas do setor náutico de Capitólio, a agente de turismo Kátia Costa Ungaretti, que trabalha na região e na Serra da Canastra há seis anos, diz que tem realizado um número bom de passeios durante a semana, mesmo nesta época considerada de baixa temporada. Mas reconhece que o primeiro semestre foi tímido para todos. "A queda no turismo foi geral, pois o país vive uma crise econômica. Os turistas nem falam mais do acidente em si. Colegas que trabalham em Angra dos Reis e em Florianópolis me contaram que os passeios lá despencaram muito também", conta.


Kátia lembra que muitos turistas procuram a região mineira para ficar mais próximos da natureza, buscando passeios alternativos, como de jipe e visita a cachoeiras e serras. "Estamos retomando o turismo de forma gradativa e, a partir de setembro, já temos muita procura pelos passeios. Estou com passeios de lancha fechados em feriados e outubro", diz.

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Esta série de reportagens é uma produção independente, realizada entre maio e julho de 2022, por meio do programa Acelerando a Transformação Digital, iniciativa do International Center For Journalists (ICFJ) e Meta Journalism Project, dos Estados Unidos, e da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). 

Ficha técnica: 
Reportagem e produção:
Keuly Vianney

Edição e mentoria: Fátima Sá
Fotografias: Aluísio de Souza
Webdesigner: Flávia Ribeiro

Consultant ICFJ: Bruna Borjaille 
Programa Manager ICFJ: Alison Grausam

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